terça-feira, 31 de março de 2009

Para uma Ética Universal...


§ Uma ética socrática, da liberdade do pensamento (a ponto de morrer por ela!);
§ Uma ética homeriana, da reciprocidade: ajudamos hoje porque fomos ajudados ontem (e não para sermos ajudados amanhã!);
§ Uma ética sofocliana, humanista (nenhum prodígio é maior que o Homem!);
§ Uma ética platónica, de leis;
§ Uma ética aristotélica, de virtudes;
§ Uma ética espinosiana, de emoções;
§ Uma ética kantiana, da razão ou dos deveres universais...


...ou um Olhar de Misericórdia para com toda e qualquer criatura que contemple e transcenda as melhores teorias filosóficas e sociais! Hoje mais do que nunca!

Sugestões de Leitura 5*:
"Ética Prática", Peter Singer, Gradiva, Col. Filosofia Aberta
"Sobre Humanos e Outros Animais", John Gray, Lua de Papel

Apenas...


Hoje quero apenas enviar o meu Amor e Amizade para:

Tiago e José.
Mãe e Pai.
Tio Luís, Tia Teresa, Sandra e Tiago.
Pedro, Sérgio, Fernanda e Gonçalo.
Sãozinha, Tia Conceição e Maria.
Sandra, Joaninha, Teresa, Vasquinho e Luís.
Isabel Bourbon, Ana Luísa Borges, e amigas do grupo da Galp.
Ana Margarida Coimbra.
Rita Barroca, Helena Santos (que bem que me soube aquele Black Devil!).
Duarte Alves e Patrícia.
Telmo Lourenço e antigos colegas do IST.
Bernardo Abreu (afinal já nos conhecemos há muito tempo!).
Nádia e Rosarinho.

Um beijinho para todos.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Devocionário

Tenho a intuição que nos conhecemos uns aos outros pelos santos da nossa devoção. Quem diz santos, diz virtuosos, exemplares, carismáticos.

O simbolismo associado ao real ou mitológico de vidas humanas que se destacaram pelos seus feitos heróicos, pela sua fé, coragem, inteligência e misericórdia, é para mim semente de crescimento espiritual.

Assim, hoje dou-me a conhecer pelo meu devocionário particular:

v Menino Jesus de Praga (a Infância), Santa Face de Cristo (a Humanidade de Deus ultrajada)
v Maria SSª, Nª Senhora das Graças, Nª Senhora das Dores (a Pietá);
v S. João Baptista (o Pregador do Deserto, o Precursor)
v Santo António (a Inteligência e a Eloquência)
v Beato Nuno Álvares Pereira, “Santo” Condestável (a Coragem e o Despojamento)
v Santa Teresinha de Lisieux (o Amor de Deus)
v Beatos Jacinta e Francisco Marto (a Inocência)
v Beata Alexandrina de Balazar (a Fé)

(cinco portugueses!)

Com o tempo, este devocionário tem vindo a crescer e a fortalecer-se, sendo que tudo começou com a divisa do Colégio:

“O Amor de Deus faz Sábios e Santos” (Pe. Jerónimo Usera).

terça-feira, 24 de março de 2009

IV - O IST

Não tenho saudades do Técnico, mas tenho muito respeito por aquela que foi a minha escola de estudos superiores e onde conheci o meu marido há 18 anos. Namorávamos na pracinha por debaixo da grande tília em frente ao pavilhão de Química... Bons tempos, em que os neurónios se foram mas ficaram as marcas da exigência, da responsabilidade, e da esperança em fazer progredir o país com a nossa bagagem de saberes...


O Integral como símbolo de sabedoria que intercala o I e o T no escudo da escola, fazia acreditar que o mundo podia ser mais solidário. Verifiquei, porém, que num mundo de trabalho agressivo só podemos derivar... e a deriva pode ser mesmo fazer o rewind dos tempos vividos na faculdade, que eram outros - primeira metade da década de 90, final de século, mudança de paradigmas sociais e económicos a nível nacional e mundial, etc, etc.
Fomos apanhados na curva do tempo. Recordo a mecânica quântica e penso em como tanto dela é preciso aplicar no dia-a-dia para crescermos enquanto civilização! Fazer da massa, energia e avançar para novos mundos multidimensionais...


Estou a pensar fazer uma última limpeza no meu sotão e agora vou mesmo só deixar a bibliografia original e deitar fora as sebentas e outras pastas que só guardei por razões sentimentais. Ficarão sempre em destaque os volumes do "Calculus" de T. Apostol (a bíblia!) e demais livros de engenharia.


Guardo alguns exemplares do jornal "Diferencial" por ainda hoje me levarem às gargalhadas, também os cartoons do Telmo retratando as peripécias das aulas e os tiques dos professores, e as fotografias das visitas de estudo.


Relembro aqui as duas personagens fundamentais na vida de qualquer estudante: o Sr. Carvalhosa que vendia as folhas de ponto, e o cão-mascote "Nabunda" (raça podengo português puríssima!).


Dos professores, infelizmente, não posso abonar muito em seu favor porque não basta saber muito, há que saber fazer os outros saber...
No balanço final, e passados estes anos, só tenho a saudar a escola que me licenciou e que me deu uma preparação fortíssima mas que o país não soube ou não quis aproveitar.




sexta-feira, 20 de março de 2009

"Sale et Sole Omnia Fiunt"

Sol e sal livram a gente de muito mal!

Mas estes homenzinhos cinzentinhos politicamente correctinhos, muito carreirinhos e carneirinhos, amaricadinhos (vem de maricas), pobrezinhos (de espírito, claro!), obcecadinhos, doentinhos, anormalzinhos, pidinhos (vem de PIDE), incompetentezinhos, prepotentezinhos, delicadinhos, engenheirinhos e doutorzinhos (da mula ruça ou seja das Independentes e afins!), lembraram-se agora de cerrar fileiras contra o sal no pão muito preocupados com a hipertensão arterial dos portugueses. Já dizia a minha avó que para se fazerem Homens tinham de comer muito sal, que é precisamente o que este país precisa! IRRA!!!

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1369072&idCanal=12

quinta-feira, 19 de março de 2009

Rendo-me...




...à omnipresença magnífica deste rio, desde o Erges, primeiro afluente em Portugal, até S. Julião (Algés), passando por Valada do Ribatejo e homenageando os esteiros – obrigatória a leitura da obra de Soeiro Pereira Gomes com o mesmo título.



Por oposição à mãe duriense empedernida, eu, revelada ao mundo em Fevereiro de 1972 num belíssimo palácio setecentista em pleno coração de Lisboa (perdoem-me esta pequena soberba!), não podia deixar de me afeiçoar a este corpo fluído que por tantas vezes recolheu as minhas lágrimas…


Alguns factos:

- O maior rio ibérico (1.007 Km);



- O estuário europeu mais rico em biodiversidade – convido-vos a conhecer a Ponta da Erva na Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, onde o Sorraia encontra o Tejo, e a observar os espécimes de aves através de binóculos;


- Testemunhou, de camarote, o maior evento cultural do Sec. XX em Portugal - a Expo’98 – e também, como reminescências do grande espírito intrépido e empreendedor dos Descobrimentos, ainda habitam entre nós…



- Passa duas vezes por Alcantara (!) – uma em Espanha, outra em Portugal;



- Bordeja paisagens de uma beleza inenarrável: Aranjuez, Toledo, Parque Nacional de Monfrague, Vila Velha de Ródão, Belver, Constância, Vila Nova da Barquinha, Alcochete, Lisboa;



- Rompeu e atravessou titanicamente as cristas quartzíticas (grau 7 na escala de Mohs!) nas portas de Ródão há milhares de anos;



- Um basculamento da meseta ibérica provoca o seu deslocamento para sudoeste… e uma foz lindíssima na minha querida Linha do Estoril!



Eu fui acompanhando fisicamente as margens deste rio e, em abstracto, a sua evolução paleogeográfica, enquanto estudante às voltas com a “Bacia Ceno-antropozóiza do Tejo e Sado” de cujos trabalhos resultaram sempre entre 18 e 19 valores (Epa, desculpem lá outra vez!)

Pois foi em Alhandra (estágio de Engenharia na Cimpor) que eu comecei a descobrir o Tejo, o Ribatejo, as suas gentes e o fervor tauromáquico;


Depois - cinco anos na zona de intervenção da Parque Expo, com tudo aquilo que tem de bom e de mau uma mega produção portuguesa. O Mar da Palha para os meus passeios de veleiro e a Doca dos Olivais para os treinos de canoagem foram sobretudo aprendizagens sobre a fauna e a flora do estuário.


Depois - uma casa em plena lezíria benaventense, um casamento regado a Catapereiro, e um filho a crescer na grande cidade aeronáutica!


Depois de muito viajar pelo sul, e ao fim de dez anos - o regresso à metrópole onde já não me identifico com nada… apenas com esse Tejo ali senil mas sempre novo nas palavras d’”O Cacilheiro”.

Nota Final:


Dois pontos de observação sublime sobre o Tejo e os seus mouchões: o miradouro do adro da Igreja de S. João Baptista e o monumento das Linhas de Torres (ambos em Alhandra).

sexta-feira, 13 de março de 2009

Sugestões de Leitura

I - “The Concise 48 Laws of Power” de Robert Greene (a Joost Elffers Book, 2002)



Sinopse:

The Concise Edition of an international bestseller.
At work, in relationships, on the street or on the 6 o’clock news: the 48 Laws apply everywhere. For anyone with an interest in conquest, self-defence, wealth, power or simply being an educated spectator, The 48 Laws of Power is one of the most useful and entertaining books ever.
This book ‘teaches you how to cheat, dissemble, feign, fight and advance your cause in the modern world.’ (Independent on Sunday)
The distilled wisdom of the masters - illustrated through the tactics, triumphs and failures from Elizabeth I to Henry Kissinger on how to get to the top and stay there. Wry, ironic and clever this is an indispensable and witty guide to power.

A minha classificação: 5*



II - "A Arte da Prudência” de Baltasar Gracián (padre jesuíta do Sec. XVII)

Comentário do Prof. Roberto Andersen (Bra.):


Essa é a obra que o momento mais exigia! O guia perfeito para todos aqueles que desejam subir na vida de forma totalmente inescrupulosa e sem qualquer preocupação ética ou moral! Um verdadeiro hino ao cinismo que parece estar sendo lido por muitas pessoas que encontramos pela vida afora...
Entre eles podemos encontrar o político que subiu na carreira sem qualquer preocupação com a finalidade do exercício de seu cargo e sem sequer lembrar que deveria estar representando o povo que o elegeu, assim como o funcionário que consegue sua promoção utilizando-se de meios anti-éticos e amorais.
Entre os conselhos apresentados na obra, alguns são bem expressivamente cínicos como por exemplo recomendar que você mesmo faça as coisas que são simpáticas e que você arranje alguém para fazer, em seu lugar, as coisas antipáticas.
Lembro-me de um dirigente de uma empresa onde trabalhei que, todas as vezes em que precisava demitir funcionários antigos ligados ao seu relacionamento pessoal, viajava à Europa. Durante sua ausência o seu substituto seguia à risca a lista de demissões, com a ordem expressa de assumir a autoria do ato... Em seu regresso recebia os funcionários demitidos como se nada soubesse e fingindo, cinicamente, estar contra mas impedido de interferir para não quebrar a autoridade do chefe substituto. Prometia, então, fazer uma recomendação de emprego para outras empresas e ficava bem com todos os demitidos...
Nunca minta! Esse é outro de seus conselhos. Embora possa parecer uma recaída ética do padre jesuíta, logo descobrimos que tal recomendação nada tem a ver com ética ou moral. A preocupação deve-se exclusivamente a dificuldade que tem o mentiroso de manter a mesma versão todo o tempo, o que pode ser perigoso para a sua boa fama na sociedade...
Para compensar o "nunca minta" o padre recomenda: "Nunca fale toda a verdade!" Segundo Gracián a verdade nem sempre agrada aos poderosos e devemos estar sempre preparados para dizer apenas a parte da verdade que é do interesse do chefe. O restante deve ser omitido para que o chefe continue achando que somos seus eternos aliados...
Aproxime-se daqueles que estão sempre de bem com a vida e que mostram sinais de prosperidade e, em compensação, afaste-se daqueles que estão sempre em dificuldades e cheios de problemas pessoais e familiares. Esse conselho nada tem de cristão, ficando até difícil acreditar que o autor seja um genuíno jesuíta...
Mas a leitura criteriosa e analítica nos mostra algo muito mais profundo do que o cinismo. Da mesma forma que "O Príncipe", de Maquiavel, todos os conselhos mostram apenas que o erro está na própria sociedade e não naqueles que a manipulam.
Enquanto houver pessoas completamente apáticas e destituídas de identidade própria, sem qualquer preocupação com as causas dos problemas e sem condições de elaborar os mais simples questionamentos, seus conselhos continuarão sendo bastante úteis para que aproveitadores, oportunistas, hipócritas, cínicos e inescrupulosos vençam na vida e consigam ter mais sucesso do que aqueles que se mantém com uma postura ética e moral.


A minha classificação: 4*

segunda-feira, 9 de março de 2009

Para onde nos levam estes estafermos???!



A minha Pátria é a Língua Portuguesa

Não chóro por nada que a vida traga ou leve. Há porém paginas de prosa me teem feito chorar. Lembro-me, como do que estou vendo, da noute em que, ainda creança, li pela primeira vez numa selecta, o passo celebre de Vieira sobre o Rei Salomão, "Fabricou Salomão um palacio..." E fui lendo, até ao fim, tremulo, confuso; depois rompi em lagrimas felizes, como nenhuma felicidade real me fará chorar, como nenhuma tristeza da vida me fará imitar. Aquelle movimento hieratico da nossa clara lingua majestosa, aquelle exprimir das idéas nas palavras inevitaveis, correr de agua porque ha declive, aquelle assombro vocalico em que os sons são cores ideaes - tudo isso me toldou de instincto como uma grande emoção politica. E, disse, chorei; hoje, relembrando, ainda chóro. Não é - não - a saudade da infancia, de que não tenho saudades: é a saudade da emoção d'aquelle momento, a magua de não poder já ler pela primeira vez aquella grande certeza symphonica.
Não tenho sentimento nenhum politico ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriotico. Minha patria é a lingua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incommodassem pessoalmente, Mas odeio, com odio verdadeiro, com o unico odio que sinto, não quem escreve mal portuguez, não quem não sabe syntaxe, não quem escreve em orthographia simplificada, mas a pagina mal escripta, como pessoa própria, a syntaxe errada, como gente em que se bata, a orthographia sem ípsilon, como escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.
Sim, porque a orthographia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-m'a do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha.

Original em "Descobrimento", revista de Cultura n.º 3, 1931, pp. 409-410, transcrito do "Livro do Desassossego", por Bernardo Soares (heterónimo de Fernando Pessoa), numa recolha de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha; ed. de Jacinto do Prado Coelho, Lisboa, Ática, 1982 vol. I, p. 16-17. Nota: Foi mantida a ortografia original.


Faço minhas estas apaixonadas palavras pela Língua Portuguesa.
Não que me espante o chorrilho de asneiras que impregna o software do famigerado Magalhães (muito bem detectado pelas crianças, mas não pelos assessores e secretários de Estado!!!), mas sim o facto de não ter havido lugar a revisão de texto destinado ao público-alvo que se pretende EDUCAR. Propositado?
No limite, estratégico!
Depois do facilitismo, o analfabetismo!
P.S. (11/03/2009) - À grande Pinto Monteiro!!! Ontem no Parlamento, de caneta vermelha em punho, ensinando gramática, sintaxe e pontuação a essa caterva de deputados iletrados, é de Homem! Muito Obrigada, Sr. Procurador-Geral da República!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Homenagem II

Existem duas criaturas a quem devo muita gratidão e amizade - são os meus dois cães: o Tejo e o Turbo, dois bracos alemães de excelente linhagem, mas acima de tudo de uma nobreza de carácter que excede largamente a “brazonada”. Não tenho como lhes retribuir a afeição com que me recebem todos os dias, muito por causa da minha falta de tempo para lhes dedicar toda a atenção merecida. Fica aqui a homenagem aos meus cães de caça.

quarta-feira, 4 de março de 2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

Dei vida à Vida

“Ao fim de uma semana de vida caiu-me aquele cordãozinho esquisito que me alimentou durante os nove meses na barriga da minha mãe. Assim que ela pôde, ela e o pai abriram um buraquinho junto à raiz da minha árvore e ali colocaram aquele pedacinho de Amor. Também o Jacarandá era bebé –tinha talvez 1 anito! A partir daqui foi ver-nos crescer aos dois! E agora posso trepar e aconchegar-me num ramo da minha árvore. Sinto que estamos ligados e que somos, da mesma substância, parte de um Todo misteriosamente insondável…

Aos cinco meses a minha mãe recitava a Teoria da Incerteza de Heisenberg para me adormecer, mas eu já não preciso de teorias!…”

Fim-de-Semana de Vómito


Refiro-me ao super televisionado - em canal pago pelos contribuintes - congresso do PS mais propriamente encenação de branqueamento da criatura mais sinistra da cena política desde a Iª República: um tal de José Sócrates C. Pinto de Sousa.
Constato que contra factos já há argumentos: cabala, campanha negra (vai daí um apagão!), perseguição política, ora tomem lá censura e muito medo de perder o “tachito”, prepotência e incompetência de mãos dadas, um rol de fantochadas e ministros afins, o Magalhães (“tadito” do navegador, não era necessária tanta chacota!), na mesa a Edite Estrela, o Almeida Santos e o António Costa para credibilizarem (?!) a criatura, um tal de Paulo Pedroso, e uma gravata azul celeste para combinar com os anjinhos que pairavam sobre o púlpito (não repararam???? Estava tudo muito bem montado, sim senhor!).

Salvou-se o excelente filme “Vanity Fair” (Feira das Vaidades), que aliás no argumento tem tudo a ver com o anterior.