quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Complementaridade da Diferença


“ O homem é a mais elevada das criaturas; a mulher é o mais sublime dos ideais.

Deus fez para o homem o trono; para a mulher um altar. O trono exalta; o altar santifica.

O homem é o cérebro; a mulher o coração. O cérebro fabrica a luz; o coração produz o amor. A luz fecunda; o amor ressuscita.

O homem é forte pela razão; a mulher é invencível pelas lágrimas. A razão convence; as lágrimas comovem.

O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher de todos os martírios. O heroísmo enobrece; o martírio enaltece.

O homem tem a supremacia; a mulher a preferência. A supremacia significa força; a preferência representa o direito.

O homem é um génio; a mulher um anjo: o génio é imensurável; o anjo indefinível.

A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher é a virtude extrema. A glória faz tudo o que é grande; a virtude faz tudo o que é divino.

O homem é um código; a mulher um evangelho. O código corrige, o evangelho aperfeiçoa.

O homem é um oceano; a mulher é um lago. O oceano tem a pérola que adorna; o lago a poesia que deslumbra.

O homem é uma águia que voa; a mulher o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço; cantar é conquistar a alma.

O homem é um templo; a mulher é o sacrário. Frente ao templo curvamo-nos; frente ao sacrário ajoelhamo-nos.

Enfim: o homem está colocado onde termina a terra. A mulher onde começa o céu.”

Victor Hugo

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