O INFANTE
Deus quere, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quiz que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou creou-te portuguez.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Imperio se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Mensagem, Fernando Pessoa
> E o que significa “cumprir-se Portugal” neste vácuo existencial em que nos encontramos?
> Enquanto nação com quê que nos identificamos? O que nos caracteriza?
> Que “novos mares” a navegar e que “novos mundos” a descobrir?
> Pode o passado servir o futuro? Hoje, por que ideal “pelejar”?
> O nosso caminho passa por algo semelhante a uma “Sincronização”? Terá a ver com o(s) império(s) desfeito(s)?
> É possível romper com a inveja, o medo, a superficialidade, o conformismo, a falta de cultura e de ideias próprias?
> Continuaremos a desejar um salvador da pátria (que nunca mais se "desembruma"!) ou vamos dar o salto qualitativo para a esfera inteligente - o Quinto Império?São os nossos filhos e seus filhos que nos vão cobrar esta inércia de bons costumes.
Sugestões de Leitura 5*:
"Portugal Hoje, o Medo de Existir", José Gil
"O Meu Primeiro Portugal", José Jorge Letria
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