quinta-feira, 23 de abril de 2009

Livros e Pessoas

A propósito do Dia Mundial do Livro que hoje se comemora, tenho a ideia que os livros são universos que se cruzam com o nosso, num determinado instante da nossa vida, tal como acontece com as pessoas. Imaginando uma galáxia e a intersecção de corpos estelares com explosões ou com uma mera sacudidela de pó das estrelas, assim se passa na nossa vida com tantos e tantos cruzamentos de pessoas. Há quem passe indiferente, há quem analise todos os passos e os porquês daquele seu (trágico) destino, e há quem sintetize e encontre um fio condutor entre todos os eventos, uma sincronicidade que acalma e conforta, remetendo para infinitas possibilidades de outras realidades paralelas. Pessoalmente não considero um qualquer desencontro (no limite, a morte física) como um fim, apenas como o início de um novo ciclo para quem fica e para quem vai - como se de uma estação de comboios se tratasse - mas com um sentido de pertença mútuo que se manifestará invariavelmente noutro qualquer instante das suas vidas.

Nem de propósito! - a propósito recomendo com 5* o livro "O Primeiro Dia" de João César das Neves, 2003, Ed. Lucerna.

Sinopse:
A morte – o supremo mistério. O que se passa depois dela? Que aventuras nos esperam? Que almas vamos conhecer? Que escolhas temos de fazer? Onde fica o Céu? O que é o Inferno? Todos vamos sabê-lo mais cedo ou mais tarde. Mas há maneira de saber mais cedo. “Morri hoje de manhã. Logo depois de morrer, vi-me, com gabardina e pasta, numa espécie de elevador. O facto de estar num elevador era bom sinal, por ir a subir. Mas, logo a seguir, assaltou-me o pensamento de que também podia estar a descer. Foi então que me lembrei de que, antes de subir ou descer, eu tinha de ser julgado. Provavelmente, aquele era apenas o elevador do tribunal.”

Queridos amigos, não se deixem levar pelas tendências maniqueístas (céu, inferno) deste excerto do livro porque depois tudo é uma surpresa para a nossa personagem e para nós também!

Também cada dia / momento deveria ser como uma morte e renascimento, "apagando a tralha" que nos ocupa a memória e condiciona a vida. Ver em tudo e todos uma centelha divina e servir os propósitos da Existência. Sem medos, com confiância.



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