segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

S. Charbel Makhlouf, monge, eremita, +1898

Charbel, cujo nome de baptismo era José, nasceu em Buga-Kafra, povoado do Norte do Líbano, em 1828. Filho de numerosa família pobre, mas profundamente religiosa, órfão de pai em tenra idade, desde criança sentia o chamamento de Deus para a vida religiosa. Aos 20 anos entrou no mosteiro da ordem libanesa maronita em Maifuc, seguindo depois para Annaya. No noviciado recebeu o nome de Charbel, santo martirizado em Edessa, cuja festa é celebrada pelos maronitas no dia 5 de dezembro. Foi ordenado sacerdote em 1859. No ano seguinte, escapou por pouco da horrível invasão turca, na qual morreram milhares de jovens cristãos e igrejas e mosteiros foram saqueados e destruídos.Sua vida religiosa resumia-se à prática da profissão evangélica e austeridade, assiduidade na oração e obediência aos superiores. Em 1875, Charbel obteve licença para viver como eremita no ermo dos santos apóstolos Pedro e Paulo, a 1200 metros de altitude. Procurava, assim, viver na maior austeridade de vida, com mais rigor ainda do que no convento. Charbel não foi pregador nem missionário. Contudo, o seu eremitério era muito procurado para conselho e orientação espiritual. No dia 16 de Dezembro de 1898, no momento da elevação da hóstia e do cálice, sentiu-se arrebatado numa visão: era o fim da missa de sua vida terrena. Levado para a sua cela, estendido sobre tábuas nuas com um pedaço de madeiro por travesseiro, entrou em agonia. Exalou o seu último suspiro em 24 de Dezembro, para iniciar seu Natal no céu.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Fim

O ano de 2009, o das mãos roubadas, termina e com ele este blog que pretendia marcar o meu regresso ao trabalho após uma paragem forçada em Novembro de 2008. Os sentimentos que registei rondaram sempre aquele mote…
Termina o ano de forma triste, esvaziada, até as árvores de Natal não parecem mais que tarecos de enfeitar sem jeito nem gosto – basta dar uma volta por algumas zonas comerciais de Lisboa… Os portugueses estão abatidos, esmagados, desempregados, a crise alastra a cada dia – mais famílias desesperadas, mais fome… Os portugueses desprezam os seus governantes, os políticos e a classe dirigente em geral. Portugal mergulha a pique num abismo gerado da voragem da ganância e do poder. O fardo é pesado. Não sei se temos forças para resistir muito mais tempo: é morrer lentamente ou lutar – eu prefiro lutar! Obrigado a todos os que me acompanharam em 2009.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

DEPRESSÃO (Facundo Cabral)


>> Não estás deprimido, estás distraído.
Distraído em relação à vida que te preenche,
Distraído em relação à vida que te rodeia,
Golfinhos, bosques, mares, montanhas, rios.
Não caias como caiu teu irmão que sofre por um único ser humano, quando existem cinco mil e seiscentos milhões no mundo.
Além de tudo, não é assim tão ruim viver só.
Eu fico bem, decidindo a cada instante o que desejo fazer, e graças à solidão conheço-me, o que é fundamental para viver.
Não faças o que fez teu pai, que se sente velho porque tem setenta anos, e esquece que Moisés comandou o Êxodo aos oitenta e Rubinstein interpretava Chopin com uma maestria sem igual aos noventa, para citar apenas dois casos conhecidos.

>> Não estás deprimido, estás distraído.
Por isso acreditas que perdeste algo, o que é impossível, porque tudo te foi dado.
Não fizeste um só cabelo de tua cabeça, portanto não és dono de coisa alguma.
Além disso, a vida não te tira coisas: te liberta de coisas. Alivia-te para que possas voar mais alto, para que alcances a plenitude.
Do útero ao túmulo, vivemos numa escola;
Por isso, o que chamas de problemas são apenas lições.
Não perdeste coisa alguma: aquele que morre apenas está adiantado em relação a nós, porque todos vamos na mesma direção. E não esqueças, que o melhor dele, o amor, continua vivo em teu coração.
Não existe a morte... Apenas a mudança. E do outro lado te esperam pessoas maravilhosas: Gandhi, o Arcanjo Miguel, Whitman, São Agostinho, Madre Teresa, teu avô e minha mãe, que acreditava que a pobreza está mais próxima do amor, porque o dinheiro nos distrai com coisas demais, e nos machuca, porque nos torna desconfiados.
Faz apenas o que amas e serás feliz. Aquele que faz o que ama, está benditamente condenado ao sucesso, que chegará quando for a hora, porque o que deve ser será, e chegará de forma natural. Não faças coisa alguma por obrigação ou por compromisso, apenas por amor. Então terás plenitude, e nessa plenitude tudo é possível sem esforço, porque és movido pela força natural da vida, a mesma que me ergueu quando caiu o avião que levava minha mulher e minha filha; a mesma que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.
Deus te tornou responsável por um ser humano, que és tu.
Deves trazer felicidade e liberdade para ti mesmo. E só então poderás compartilhar a vida verdadeira com todos os outros.
Lembra-te : "Amarás ao próximo como a ti mesmo". Reconcilia-te contigo, coloca-te frente ao espelho e pensa que esta criatura que vês, é uma obra de Deus, e decide neste exato momento ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição.
Aliás, a felicidade não é um direito, mas um dever; porque se não fores feliz, estarás levando amargura para todos os teus vizinhos.
Um único homem que não possuiu talento ou valor para viver, mandou matar seis milhões de judeus, seus irmãos.
Existem tantas coisas para experimentar, e a nossa passagem pela terra é tão curta, que sofrer é uma perda de tempo. Podemos experimentar a neve no inverno e as flores na primavera, o chocolate de Perusa, a baguette francesa, os tacos mexicanos, o vinho chileno, os mares e os rios, o futebol dos brasileiros, As Mil e Uma Noites, a Divina Comédia, Quixote, Pedro Páramo, os boleros de Manzanero e as poesias de Whitman; a música de Mahler, Mozart, Chopin, Beethoven; as pinturas de Caravaggio, Rembrandt, Velázquez, Picasso e Tamayo, entre tantas maravilhas.
E se estás com câncer ou AIDS, podem acontecer duas coisas, e ambas são positivas: se a doença ganha, te liberta do corpo que é cheio de processos (tenho fome, tenho frio, tenho sono, tenho vontades, tenho razão, tenho dúvidas)... Se tu vences, serás mais humilde, mais agradecido... portanto, facilmente feliz, livre do enorme peso da culpa, da responsabilidade e da vaidade, disposto a viver cada instante profundamente, como deve ser.

>> Não estás deprimido, estás desocupado.
Ajuda a criança que precisa de ti, essa criança que será sócia do teu filho.
Ajuda os velhos e os jovens te ajudarão quando for tua vez.
Aliás, o serviço prestado é uma forma segura de ser feliz, como é gostar da natureza e cuidar dela para aqueles que virão.
Dá sem medida, e receberás sem medida.
Ama até que te tornes o ser amado; Mais ainda converte-te no próprio Amor. E não te deixes enganar por alguns homicidas e suicidas.
O bem é maioria, mas não se percebe porque é silencioso. Uma bomba faz mais barulho que uma carícia, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carícias que alimentam a vida. Vale a pena, não é mesmo?
Se Deus possuísse uma geladeira, teria a tua foto pregada nela. Se ele possuísse uma carteira, tua foto estaria nela. Ele te envia flores a cada primavera. Ele te envia um amanhecer a cada manhã. Cada vez que desejas falar, Ele te escuta. Ele poderia viver em qualquer ponto do Universo, mas escolheu o teu coração. Encara, amigo,

>> Ele está louco por ti!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Santa Isabel, Rainha da Hungria, +1231

Isabel da Hungria era princesa, foi rainha e se fez santa. Era a filha do rei André II da Hungria e da rainha Gertrudes de Merano, atual território da Itália. Nasceu no ano de 1207, e naquele momento foi dada como esposa a Luís, príncipe da Turíngia, atual Alemanha. Desde os quatro anos viveu no castelo do futuro marido, onde foram educados juntos. O jovem príncipe Luís amava verdadeiramente Isabel, que se tornava cada dia mais bonita, amável e modesta. Ambos eram católicos fervorosos. Luís admirava a noiva, amável nas palavras e atitudes, que vivia em orações e era generosa em caridade com pobres e doentes. A mãe de Luís, não gostava da devoção da sua futura nora, assim tentou convencer o filho de desistir do casamento, alegando que Isabel seria uma rainha inadequada politicamente. A própria corte a perseguia, devido a seu desapego e simplicidade cristã. Mas Luís foi categórico dizendo preferir abdicar do trono a desistir de Isabel. Certamente a amava muito. No castelo de Wartenburgo, quando atingiu a maioridade ele foi corado rei e se casou com Isabel, que se tornou rainha aos catorze anos de idade. Ela foi a única soberana que se recusou a usar a coroa, símbolo da realeza, durante a cerimônia realizada na Igreja. Alegou que diante do nosso Rei coroado de espinhos, não poderia usar uma coroa tão preciosa. Foi assim, que o então rei Luís IV acompanhou a seu desejo e se tornou rei sem colocar a sua coroa também, diante de Cristo. Foi um casamento feliz. Ele era sincero, paciente, inspirava confiança e era amado pelo povo. Nunca colocou obstáculos à vida de oração, penitência e caridade da rainha, ao contrário era seu incentivador. Em Marburgo, Isabel construiu, o Hospital de São Francisco de Assis para os pobres e doentes leprosos. Além de ajudar com seu dinheiro muitos asilos e orfanatos, os quais visitava com freqüência. Depois de seis anos a rainha Isabel ficou viúva, com três filhos pequenos. O rei Luís IV, participando de uma Cruzada morreu antes de voltar para a Alemanha. A partir de então as perseguições da corte contra ela aumentaram. A tolerância quanto à sua caridade e dedicação religiosa, acabou de vez. E o cunhado para assumir o poder, a expulsou do palácio junto com os três reais herdeiros ainda crianças. Isabel ingressou então na Ordem Terceira de São Francisco e se dedicou à vida de religião e à assistência aos leprosos no hospital ela própria havia construído. Algum tempo depois, entretanto, os cavaleiros que tinham acompanhado o Duque da Turíngia à cruzada voltaram, trazendo seu corpo. Corajosamente enfrentaram os Príncipes, irmãos do duque falecido e exprobaram-lhes a crueldade praticada contra a viúva de seu próprio irmão e contra seus sobrinhos. Os príncipes não resistiram às palavras dos cavaleiros e pediram perdão a Santa Isabel e a restauraram em seus bens e propriedades.Henrique ficou como Regente de ducado durante a menoridade do sobrinho mais velho, o novo Duque soberano, porém Isabel preferiu viver na pobreza absoluta, o que muito desejava, retirou-se para o Hospital de Marburgo onde prestou assistência direta aos pobres e doentes e onde veio a falecer poucos anos depois, em 1231, com apenas 24 anos e onde foi sepultada com grandes honras. Na Alemanha, também seu marido Ludwig e sua filha Gertrudes são honrados como santos.Isabel da Hungria faleceu no dia 17 de novembro de 1231, com apenas vinte e quatro anos de idade, em Marburgo, Alemanha. Quatro anos depois, em 1235, foi canonizada pelo Papa Gregório IX. A Ordem Franciscana Secular a venera como sua padroeira na festa celebrada no dia de sua morte.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

S. José Moscati

Nasceu na Itália em 1880 de família que tanto aspirava Deus, que com apenas 17 anos obrigou-se particularmente ao voto de castidade perpétua. Tendido aos estudos, fez a faculdade de medicina na Universidade de Nápoles e chegou, com 23 anos, ao doutoramento e nesta área pôde ocupar altos cargos, além de representar a Itália nos Congressos Médicos Internacionais. Com competência profissional, Moscati curou com particular eficiência e caridade milhares e milhares de doentes. Em Nápoles, embora procurado por toda classe de doentes, dava, contudo, preferência aos mais pobres e indigentes. Sem dúvida foi na prática da caridade para com os pobres que se manifestou toda sua grandeza, ao ponto de receber o título de médico e pai dos pobres, isto num tempo em que a cultura se afastava da fé. José Moscati viveu corajosamente até 1927 e testemunhou a Verdade, tanto assim que encontramos em seus escritos: "Ama a verdade, mostra-te como és, sem fingimentos, sem receios, sem respeito humano. Se a verdade te custa a perseguição, aceita-a; se te custa o tormento, suporta-o. E se, pela verdade, tivesses que sacrificar-te a ti mesmo e a tua vida, sê forte no sacrifício".

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Novembro é um mês estranho - começa com a Noite das Bruxas, celebram-se os santos e os mortos (muito importante!), impõe-se o Natal com as decorações comerciais, mas não há alegria... E cada vez menos, porque o povo já só sobrevive no dia-a-dia. A crise é profunda mas o povo não luta contra ela. Deixa-se ir na corrente em direcção ao abismo. Os casos de corrupção sucedem-se sem espanto, a vida continua, olhar no chão... o desemprego assola e violenta famílias que viviam desafogadamente. As pessoas estão silenciosa e pacatamente revoltadas (?!) mas nada acontece. A serpente desliza. Até quando???

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

50 COISAS BOAS DA VIDA:

1. Apaixonar-se.
2. Rir tanto até que as faces doam.
3. Um chuveiro quente num Inverno frio.
4. Um supermercado sem filas nas caixas.
5. Um olhar especial.
6. Receber correio (pode ser electrónico......)
7. Conduzir numa estrada linda.
8. Ouvir a nossa música preferida no rádio.
9. Ficar na cama a ouvir a chuva cair lá fora.
10. Toalhas quentes acabadas de serem engomadas...
11. Encontrar a camisola que se quer em saldo a metade do preço.
12. Batido de chocolate (baunilha ou morango)
13. Uma chamada de longa distância
14. Um banho de espuma
15.Rir baixinho.
16. Uma boa conversa.
17. A praia
18. Encontrar uma nota de 20 euros no casaco pendurado desde o último Inverno.
19. Rir-se de si mesmo.
20. Chamadas à meia-noite que duram horas.
21. Correr entre os jactos de água de um aspersor.
22. Rir por nenhuma razão especial.
23. Alguém que te diz que és o máximo.
24. Rir de uma anedota que vem à memória.
25. Amigos.
26. Ouvir acidentalmente alguém dizer bem de nós.
27. Acordar e verificar que ainda há algumas horas para continuar a dormir.
28. O primeiro beijo...
29.. Fazer novos amigos ou passar o tempo com os velhos.
30. Brincar com um cachorrinho.
31. Haver alguém a mexer-te no cabelo.
32. Belos sonhos.
33. Chocolate quente.
34. Fazer-se à estrada com os amigos.
35. Andar de baloiço.
36. Embrulhar presentes sob a árvore de Natal comendo chocolates e bebendo a bebida favorita.
37. Letra de canções na capa do CD para podermos cantá-las sem nos sentirmos estúpidos.
38. Ir a um bom concerto.
39. Trocar um olhar com um belo/a desconhecido/a.
40. Ganhar um jogo renhido.
41. Fazer bolachas de chocolate.
42. Receber de amigos biscoitos feitos em casa.
43. Passar tempo com amigos.
44. Ver o sorriso e ouvir as gargalhadas dos amigos.
45. Andar de mão dada com quem gostamos.
46. Encontrar por acaso um velho amigo e ver que algumas coisas ( boas ou más) nunca mudam.
47. Patinar sem cair.
48.Observar o contentamento de alguem que está a abrir um presente .
49. Ver o nascer do sol.
50. Levantar-se da cama todas as manhãs e agradecer outro belo dia.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Silly of the Month

Cuida-te Saramago: Já ofendeste intencionalmente a Deus Pai e a Deus Filho. Não te atrevas a ofender o Espírito Santo, Senhor que dá a Vida, pois aí já não terás salvação possível - nem o Nobel te vale!

Por enquanto ainda estou a ler o teu elefante em trânsito... mas nada que não se possa abandonar, se me chatear, ao canto da sala, na pilha de orfãos junto à lareira - não, não são para queimar (livros queimados, homens chamuscados!)

Mas, nesta altura, já não sei quem é mais tonto nesta polémica CRIADA em torno do teu novo livro "Caim" - se tu, se alguns elementos da Igreja que vieram logo a terreiro com desmonstrações teológicas, se os jornalistas ignorantes que vibram por dá cá aquela palha!

Tu até tens desculpa - estás velhinho e um pouco gagá (não na escrita!), e tens medo de Deus, não o conheces, queres continuar a afrontá-lo para ver se Ele te responde. Só que Ele já mora em ti, só que não o sabes, por isso te dizes ateu.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Chiara Castellani

“Não mudaria minha vida por todo o ouro do mundo”. Chiara Castellani é uma mulher feliz, e não o esconde. E são palavras que chegam directamente ao coração, quando você pensa que quem as pronuncia é uma missionária leiga, de 47 anos, na África dos esquecidos. Única médica para 100 mil habitantes em uma área de 5 mil quilómetros quadrados, há dez anos, Chiara é responsável por um pequeno hospital, perdido nas savanas do Congo, abandonado pelos belgas, onde faltam água e luz eléctrica.
Uma médica especial, que faz as cesarianas com a mão esquerda, ajudada por enfermeiros locais, porque, em lugar do braço direito, usa uma prótese, desde que, em Dezembro de 1992, o jipe em que viajava tombou e o braço foi esmagado pelo peso do veículo. Mas Chiara continua sendo uma mulher feliz.
Não sabe onde se encontra o desespero: “Deus achou por bem me salvar, para que eu continue a sonhar junto com Ele e com quem tenha uma só esperança, a de ser amado pelo Pai dos últimos e dos oprimidos”.
Chiara não oculta sua fé, mas não gosta de ostentar sua obstinada confiança em Deus: “O meu não é um abandonar-me passivo – diz – mas um entregar-me”.
Carrega um tau franciscano de madeira, mas repete: “A cruz não é de quem a carrega no pescoço, mas daqueles que morrem nela”.
UMA BATALHADORA IRREDUTÍVEL
Chiara Castellani é uma mulher feliz, embora, aos olhos do mundo, seja fracassada e sua vida tenha enfrentado uma série de derrotas, que fizeram dela uma incurável “perdedora”.
Estudou ginecologia: “gostava da ideia de fazer nascer crianças”, mas se converteu, a contragosto, em cirurgiã de guerra, chamada a amputar membros, extrair balas, recompor cadáveres.
Cheia de ideais e de entusiasmo, Chiara partiu para a Nicarágua, na década de oitenta, junto com o marido: um companheiro de vida e de sonhos, que, alguns anos depois, abandonou-a por causa de outra mulher. Um golpe duríssimo para Chiara, que passou meses de angústia e de incerteza. Sonhava ajudar os outros e se via como um “pássaro com uma asa só”.
Mas ela lembra as palavras do bispo italiano dom Tonino Bello: “Deus criou os anjos com uma asa só, para que voassem abraçados.
Assim aconteceu comigo: desde que fiquei mutilada, encontrei ao meu redor uma série de pessoas que me ajudaram e se tornaram meus anjos”. Como ela, no hospital de Kimbau trabalham seis pessoas deficientes, das quais duas com problemas mentais. Um ex-alcoólatra prescreve as receitas. A cada curva de seu singular itinerário, a vida marcou-a no corpo e no rosto.
Ao longo dos anos, Deus foi-lhe pedindo uma fidelidade que custou caro: Chiara viu seus companheiros de caminho caírem sob os golpes dos contras na Nicarágua; ou serem mortos pelos mercenários congoleses, como o doutor Richard.
Quando foi preso, Chiara tentou se opor “com a única arma desde sempre disponível a nós, mulheres: as lágrimas”. É realmente difícil permanecer fiel a um Deus assim.
Não é de se admirar que ela, em Março de 1985, tenha escrito da Nicarágua: “Eu não creio em Deus. Espero só que Ele exista, mas que não tenha, também ele, zombado de mim!”. Mas Chiara sempre recomeçou sua aventura, apostando em Deus e num grupinho de fidelíssimos amigos e companheiros de batalha. Recomeçou exactamente do ponto que parecia ter-se transformado na sepultura de seus sonhos.
Porque, se há uma coisa à qual Chiara não sabe renunciar, é a sede de futuro, a vontade de construir um mundo melhor em nome do evangelho: “Podem nos tirar tudo, despojar-nos de qualquer direito, mas não nos podem tirar o direito de sonhar. E, na África, vi que os sonhos, até os mais ousados, se realizam”.
ALÇANDO VÔOS, “COM UMA ASA SÓ”
Chiara está realizando um desses sonhos: acender uma lâmpada em Kimbau. Por isso, nos meses passados, enfrentou um “tour de force” pela Itália, encarando uma série de entrevistas e encontros, apesar de que ela – pela própria história e formação – prefere falar através de fatos.
Em qualquer lugar por onde esteja, ela não se esquiva de dar voz aos pobres, à custa de lançar acusações candentes: aponta o dedo contra “o direito à saúde, negado na África pelas lógicas comerciais”; chama de sepulcros caiados “aqueles políticos que recebem a Eucaristia e, com as mesmas mãos, dão seu voto para a guerra”; denuncia as dolorosas cumplicidades da media, que se mantém em silêncio sobre os milhares de horrores perpetrados na África.
O que impressiona é o estilo com que Chiara se move: quando a escutamos atacar o Banco Mundial, percebemos em nossa frente não uma activista de generalidades, e, sim, uma pessoa que aposta sua própria vida, e que não se arrepende de agir assim. Portanto, embora defenda posições radicais, está a anos-luz dos “raivosos contra o sistema”.
Dela, um jornal italiano escreveu: “É uma mulher de fé, que nunca se conformou com uma fé qualquer”.
Teimosa na sua doçura, Chiara está vendo a realização de seus sonhos: no início de 2005, água e energia eléctrica não serão mais apenas uma miragem em Kimbau. Outro sonho está tomando forma na sua diocese, Kenge: uma caminhada de formação para os direitos humanos, para educar as novas gerações do Congo ao protagonismo e à responsabilidade.
Um sonho que Chiara partilha fortemente com o bispo, dom Gaspard Mudiso, nas mãos do qual, no dia 25 de Agosto de 2002, entregou-se, quando se dirigiu a Deus, dizendo: “Prometo viver na pobreza e na obediência, para servir o Teu povo. Ajude-me. Eu pus minha esperança na tua graça, Senhor, ajude-me a identificar minha vida com a de Jesus Cristo”. Um voto de obediência que muito lhe deve ter custado. Chiara está bem longe de ser uma católica pacífica, aquele tipo humano que, muitas vezes, a hierarquia utiliza como mão-de-obra dócil, desprovida de personalidade.
Chiara é de outra matéria: crescida nos anos de contestação, refere-se a si mesma: “Sempre fui fiel à Igreja, mas nunca fui servil”. Quando tem que apostar a própria vida, faz pelo Evangelho e pelos pobres. Sem meio-termo. Há vinte anos, havia jurado eterna fidelidade a um homem que, depois, a traiu. Mas quando se refere a ele, ainda hoje, utiliza palavras de inesperada ternura. Agora optou pela própria entrega à comunidade de Kenge e a seu bispo. Por quê? “Pelo desejo de pertencer, de maneira integral, aos pobres. Quero obedecer a meu bispo, como um protesto aos abusos dos poderosos”.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

"A Evasão"

Mineiro escravo,
Escavo
Secreta Galeria.

Emparedado,
rastejo, suado,
à luz avara, mortiça
que alumia o olhar cansado.

Um estrondo, uma pancada!
Treme, vibra, range ao ruir
o meu túnel escorado,
e vejo então deslumbrado,
que estou de novo a sair
donde nunca tinha entrado.


Autor desconhecido - Biblioteca Municipal de Aljustrel
A foto é da "twilight zone" gerada pelas escombreiras da mina.

O nosso Príncipe do Fado



Depois da Grande Amália, que eu sempre amei até à exaustão, eis a voz que arrepia e me ganha novamente a emoção - Gonçalo Salgueiro
("Grito" cantado pelo Gonçalo, para mim o fado mais difícil e enigmático da Amália, na sua melhor interpretação)

Retrato de uma Mãe

Uma simples mulher que, pela imensidão de seu amor,
tem um pouco de Deus.
Pela constância de sua dedicação, tem muito de anjo.

Que sendo moça, pensa como uma anciã.
Que sendo velha, age com todas as forças da juventude.

Quando ignorante, melhor que qualquer sábio,
desvenda os segredos da vida.
Quando sábia, assume a simplicidade das crianças.

Quando pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade
dos que ama.
Quando rica, empobrece para que seu coração não sangre
ferido pelos ingratos.

Quando forte, estremece ao choro de uma criancinha.
Quando fraca, entretanto, se alteia com a bravura dos leões.

Quando viva, não lhe sabemos dar valor,
porque à sua sombra todas as dores se apagam.
Quando morta, tudo o que somos e tudo o que temos
daríamos para vê-la de novo,
e dela receber um aperto de seus braços,
uma palavra de seus lábios.

Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher,
se não quiserem que ensope de lágrimas essa página…
porque eu a vi passar em meu caminho.

Quando crescerem vossos filhos, leiam para eles esta página.
Eles vos cobrirão de beijos a fronte,
e vos dirão que um pobre viajante aqui deixou, para todos,
o seu Retrato de Mãe.

O poema acima (Retrato de Una Madre…Hay una mujer), o qual traduz fielmente a alma de uma mãe, é de autoria de Don Ramon Angel Jara, bispo chileno famoso por sua oratória.

My kind of guy

Traços profundos, espírito guerreiro, inteligência e vontade - tudo no sítio, e não como a maioria que para aí anda - tacanhos, maneirinhos e abichanados! Irra!!!

domingo, 18 de outubro de 2009

Os Conjurados


>>Os Conjurados foram um grupo nacionalista português nascido clandestinamente durante o domínio dos espanhóis sobre Portugal. Era constituído por quarenta homens, na sua maioria da nobreza portuguesa, cujo objectivo era o de destituir os Filipes e proclamar um rei português. Aquele que ficou reconhecido como tendo sido o grande impulsionador da conspiração foi João Pinto Ribeiro.
A
1 de Dezembro de 1640, Os Conjurados invadiram o palácio da Duquesa de Mântua, atiraram Miguel de Vasconcelos pela janela causando-lhe a morte, e proclamaram rei D. João IV, aos gritos de "Liberdade". O povo acorreu logo a apoiar a revolução e, assim, D. Filipe III, IV de Espanha, que se encontrava já a braços com uma revolução na Catalunha, não teve como retomar o poder em Portugal.>>

O mal dos Homens é pensar que a História não se repete!

Um nome com Amor


sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bonecos Deliciosos


A Ovelha Choné é Hilariante! Recomendo a todos, especialmente aos botas-de-elástico, mangas de alpaca, e demais mal-humorados...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

MEDO:::::UHUHUHUHU



Imaginar este "casamento" é um pesadelo sem fim!


(Imagens picadas do BLOGRE)

Santa Teresa de Ávila


Nasceu em Ávila, a 28 de Março de 1515. Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila. Espanhola, de família nobre, bela e inteligente, foi uma criatura que lutou contra as suas contradições internas, contra as mentiras e hipocrisias de uma vida espiritual vazia. Santa Teresa ocupa um lugar especial dentro da mística cristã; é considerada um dos grandes mestres espirituais que a história da Igreja já conheceu. Entretanto, ela não pode ser esquecida como reformadora do Carmelo, como aquela que conseguiu devolver à Ordem Carmelita o seu primitivo vigor espiritual. Tinha como conselheiro espiritual São João da Cruz. É chamada Teresa, a Grande, por sua grandeza de mulher. Teresa sem a graça de Deus é uma pobre mulher. Com a graça de Deus, uma graça. Em 1970, o papa Paulo VI, proclamou-a “Doutora da Igreja”, (tal como Santa Catarina de Sena) pela profunda mística e espiritualidade. Foram as duas primeiras mulheres a quem se reconheceu esta qualidade pelos méritos dos escritos doutrinários que deixaram. Muitas das obras de Teresa d’Ávila continuam sendo lidas e produzindo abundantes frutos espirituais: “O caminho da perfeição”, “Pensamentos sobre o amor de Deus”, “Castelo interior”. Morreu em 1582.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Conceito de Mamã


>> Caminhava com o meu filho de 3 anos , quando ele apanhou qualquer coisa do chão e ia pôr na boca. Ralhei com ele e disse-lhe para nunca fazer isso.
Mas porquê ? - perguntou ele. Respondi que se estava no chão estava sujo e cheio de micróbios. Nesse momento, o meu filho olhou-me com admiração e perguntou: Mamã, como sabes tudo isso? És tão inteligente... Rapidamente reflecti, e respondi-lhe: Todas as mamãs sabem estas coisas. Quando alguém quer ser mamã , tem que fazer um teste e tem que saber todas estas coisas, se não não pode ser mamã. Caminhámos em silêncio cerca de 2, 3 minutos. Vi que ele pensava ainda sobre o assunto, e de repente disse: Ah, já percebi. Se não passasses o teste, tu eras o papá. Exactamente, respondi com um grande sorriso na boca. E agora quando parares de rir , envia isto a todas as outras mamãs e...aos papás que tenham humor !!! >>

A circular por E-Mail (Autor Anónimo)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Beata Alexandrina Costa, virgem, +1955


Alexandrina nasceu em 30 de março de 1904 em Balasar, Portugal. É uma pequena camponesa cheia de vida, divertida, afectuosa. Aos 14 anos lança-se de uma janela a quatro metros de altura para preservar a sua pureza, ameaçada por alguns homens que haviam entrado em casa. Cinco anos mais tarde, as lesões derivadas da queda provocaram-lhe uma paralisia total que a manteve de cama durante mais de 30 anos, até ao final de sua vida. Ofereceu-se como vítima a Cristo pela conversão dos pecadores e pela paz do mundo. Durante quatro anos (1938-42), reviveu todas as sextas-feiras, durante três horas, a paixão de Cristo. De 27 de março de 1942 até sua morte (isto é, durante 13 anos e 7 meses), não ingeriu nenhuma outra bebida nem alimento mais que a Eucaristia. Orientada por seu director espiritual, fez-se cooperadora salesiana, oferecendo os seus sofrimentos pela salvação da juventude. Em 13 de outubro de 1955, ouviu-se exclamar: «Sou feliz, porque vou ao céu». Pela tarde faleceu em Balasar, onde se encontra seu sepulcro e onde acodem multidões de peregrinos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sócrates chegou ao Mobiliário Urbano

Bancos em pedra, de linhas paralelipipédicas (!) frias e austeras (!) sem apoio lombar (para que as pessoas se mantenham marrecas ou em posição de poderem ser vergastadas! Marca espanhola (!).


1 Sócrates

Vários Sócrates

Vários Sócrates...

Receita de Molho de Manjericão

Ingredientes:
  • 10 folhas de manjericão picadas
  • 2 dentes de alho esmagados
  • 1 colher chá de sal grosso
  • sumo de 1 limão.
  • 3 colheres de sopa de vinagre de sidra
  • pimenta 5 bagas q.b.
  • azeite q.b.

Preparação:
misture todos os ingredientes, e deite o azeite em ponto de fio para dar consistência. Prepare o molho com a antecedência de uma hora antes de servir para tomar o gosto do manjericão.
Utilize em saladas ou massas.

Alteração ao IRS 2009 – Atenção

IRS 2009 - Atenção à actualização da relação dos seus dependentes!

Actualize a sua lista de dependentes na DECLARAÇÃO ANUAL DE RENDIMENTOS – IRS (Por definição, são seus dependentes, todos aqueles que você é OBRIGADO, POR LEI, A SUSTENTAR)

Assim, são SEUS DEPENDENTES:
- Ciganos;
- Vagabundos;
- Presidência da República e assessores;
- Governo e assessores (até mesmo os familiares nomeados por clientelismo político);
- Câmara Municipal e assessores (idem);
- Águas de … (consumos mínimos e estimado);
- EDP (consumos mínimos e consumo estimado);
- TELECOM; VODAPHONE; OPTIMUS; etc.
- Gás de Portugal (consumos mínimos e estimado);
- Beneficiárias da taxa de saneamento básico (recolha de lixo, etc);
- Centros de inspecção de veículos;
- Companhias seguradoras (seguro automóvel obrigatório);
- BRISA - Portagens;
- Concessionárias de parques e estacionamento automóvel;
- Concessionárias de terminais aeroportuárias e rodoviários;
- Instituições financeiras - Taxas de administração e manutenção de contas correntes, renovação anual de cartões, requisição de cheque etc.;
- Mais de 230 deputados da Assembleia da República, com os respectivos ESQUEMAS de apoio.
- BCP, BPN, BPP e demais esquemas de enriquecimento fácil de administradores e gestores cleptomaníacos a que o estado entrega os impostos que pago, para evitar o alarme social e financeiro e, agora, também, a BES, BPI, ..., CGD...

... Para o ano é provável que tenha ainda MAIS!!!

E-Mail a circular - autor anónimo

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Quem é esta alma penada?

Os carros dos Patos Bravos

Entenda-se pato bravo como empreiteiro de vão de escada que invariavelmente cria um império na construção até este se transformar em sede política ou, muito convenientemente, falir. As escolhas recaem invariavelmente em carros alemães. Nos anos 70-80 a Mercedes dominava; Nos anos 90 foi a BMW a mostrar a sua raça; Nesta 1ª década do Sec. XXI, temos a Audi (3, 4, 6) completamente descaracterizada nas mãos de homens e mulheres extremamente mal educados, vulgo bicho-careto. Curioso?! Agora vamos ver: sempre carros alemães porquê? A minha interpretação pessoal (onde é que eu já ouvi isto?) é que a Alemanha enquanto país de imigração representava o carro mais austero, bruto e até intimidatório de todos! Os franceses (renault, citroen) eram para a plebe, os italianos (fiat, alfa romeo) eram para maneirinhos; Os suecos (volvo, saab) eram para ricos sóbrios; Os japoneses (toyota, nissan, honda, mazda) eram para desportistas; Os ingleses (austin, rover) eram para uma pequena elite sem poder efectivo. And so on...
Hoje dá gosto ver um Senhor ou Senhora a conduzir tudo menos Audi!!!
Sem ofensa para as pessoas de bem (que as há) que conduzem estas máquinas, e para as próprias que, em regra, são muito prestáveis e fiáveis - eu própria já tive um alemão...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ser Feminino

Caro JB,

muito obrigada pelas palavras e pelos links com belas imagens que vou tratar de divulgar por amigas e amigos. Este blog tem apenas uma finalidade - deixar um simples registo (ainda que público) para o meu filho, para que ele possa ter um vislumbre de alguns dos pensamentos que me foram tomando... o facto de ser um blog feminino como diz, para mim só tem um entendimento que é o de que o nosso universo mental é mais compassivo, portanto sensível, e diversificado. No resto somos tão ou mais guerreiras...
Mas nos estado actual das coisas só me resta concluir que os portugueses têm o que merecem - ou porque gostam, ou porque não conseguem levantar o "()" da cadeira para ir depositar um voto! E assim se permite que um bando de medíocres e de corruptos, "a la berlusconi", continuem a (des)comandar os destinos da Nação.

MCps

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O Estranho Mundo de Jack




Há dias especiais

Porque são dias em que alguém ou algo é celebrado ou porque se faz magia transtemporal e transespacial... Estranho?! Não, nada é estranho quando se acredita! Pois ontem foi um destes dias - o aniversário de um Amigo de longa data, e uma conversa a dois tempos com o meu pai e com o meu filho que se cruzou no ponto em que ambos manifestaram o seu profundo Amor que os une - avô e neto. Há coisas que não se explicam, mas que no nosso coração fazem todo o sentido!
Ao meu Amigo só posso desejar uma vida cheia de verdadeira Alegria e que Deus o acompanhe sempre. Conta comigo.

Foto: Mário, SP - Brasil

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Novas

Setembro foi cheio de alegria, e o Outubro vem com as promessas de frescura e de cheiros natalícios…!

Da campanha eleitoral, dos resultados das eleições mais patéticas de sempre, e do chorrilho de tolices que se seguiram, não leram de mim nem uma palavra aqui neste cantinho. E porquê? Porque já não tenho pachorra! Convidem-me para bons projectos e eu lá estarei!

Adiante.

As leituras continuam com Saramago e o seu elefante em trânsito – delicioso, divertido e de uma sensibilidade nova neste “velho” Nobel das letras português!

Comovi-me tremendamente com Brad Pitt (está cada vez melhor, lindo!) e o seu Jeremy Button – uma pequena história fantástica de F.S. Fitzgerald, em cinema memorável. Adorei!

Estou a retomar os meus projectos de arraiolos para um Inverno mais aconchegado.

E pronto.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Renascer pela Água e pelo Espírito



Foi o Baptismo.
Do meu Filho,
No dia em em que completou 3 anos,
Na bela vila ribeirinha de Alhandra,
Abençoado por Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
Na devoção a Santa Maria, N. Senhora das Graças,
Sob o patrono Santo António de Lisboa,
Na Igreja de S. João Baptista,
à beira Tejo.
A minha especial gratidão à Madrinha Sandra e ao Diácono Pedro.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Miss Imperfeita

>>Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação! E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic. Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero. Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir. Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra. A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante>>

Martha Medeiros - Jornalista e escritora

REPASSEM PARA TODAS AS MULHERES MARAVILHOSAS QUE TRABALHAM, QUE BATALHAM, QUE LUTAM PARA SER FELIZ!

MST - Loucos ou Ricos?


>> Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê: - É sempre assim, esta auto-estrada? - Assim, como? - Deserta, magnífica, sem trânsito? - É, é sempre assim. - Todos os dias? - Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente. - Mas, se não há trânsito, porque a fizeram? - Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto. - E têm mais auto-estradas destas? - Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me. - E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões? - Porque assim não pagam portagem. - E porque são quase todos espanhóis? - Vêm trazer-nos comida. - Mas vocês não têm agricultura? - Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável. - Mas para os espanhóis é? - Pelos vistos... Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga: - Mas porque não investem antes no comboio? - Investimos, mas não resultou. - Não resultou, como? - Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou. - Mas porquê? - Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos. - E gastaram nisso uma fortuna? - Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos... - Estás a brincar comigo! - Não, estou a falar a sério! - E o que fizeram a esses incompetentes? - Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro. - Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo? - Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km. Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não. - Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto? - Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações. - Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa? - Isso mesmo. - E como entra em Lisboa? - Por uma nova ponte que vão fazer. - Uma ponte ferroviária? - E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa. - Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros! - Pois é. - E, então? - Então, nada. São os especialistas que decidiram assim. Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la. - E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta... - Não, não vai ter. - Não vai? Então, vai ser uma ruína! - Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar. - E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras? - Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa! - E vocês não despedem o Governo? - Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo... - Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro? - Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade. - O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia? - A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV. - Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter? - É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade. Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás: - E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê? - O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa. - Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo? - É isso mesmo. Dizem que este está saturado. - Não me pareceu nada... - Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP. - Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível? - Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido. - E tu acreditas nisso? - Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo? - Um lago enorme! Extraordinário! - Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa. - Ena! Deve produzir energia para meio país! - Praticamente zero. - A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber! - A água não é potável: já vem contaminada de Espanha. - Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso? - Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais. - Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada? - Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor. Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente: - Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos? - Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez. Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou: - Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!>>
Miguel Sousa Tavares - Jornalista e Escritor

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Cada vez mais…

... triste com as realidades que vou observando:

As crianças portuguesas são das mais maltratadas em todos os aspectos, sobretudo vítimas de negligência e de violência psicológica e outras – impossível ficar inerte perante o facto!

As mulheres não lhes ficam atrás, deprimidas, grandes consumidoras de paroxetina, cada vez mais gordas – as preocupações, os medicamentos, a falta de tempo, o sedentarismo ocupacional, e a alimentação compensadora (chocolates e afins) contribuem –, cada vez mais siliconadas e em simultaneo vazias (de corpo e alma), compradoras compulsivas de bijuteria e de revistas cor-de-rosa, com pouco dinheiro ou nenhum, sem tempo para os filhos, para a casa, e para os maridos (incluindo para aquilo que os maridos mais querem!...)

Os homens estão cada vez mais "feios" e "invertidos"!

Os velhos querem-se "mortos".

Portugal está cada vez mais soturno.
Ouve-se apenas o vento.
Ninguém fala.
Pressente-se a borrasca.
Foi sempre assim que as coisas aconteceram neste país.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Morte no Mundo Moderno ou A Vivência da Impermanência


Por Sogyal Rinpoche, d'"O Livro Tibetano daVida e da Morte” - Editora Prefácio


“Quando vim pela primeira vez ao Ocidente, fiquei chocado com o contraste entre as atitudes em relação à morte com que eu havia sido criado e as que então encontrei. Apesar de todas as suas conquistas tecnológicas, a sociedade ocidental moderna não tem uma compreensão real da morte ou do que acontece durante ou depois dela.
Aprendi que as pessoas hoje são ensinadas a negar a morte e a crer que ela nada significa, a não ser aniquilação e perda. Isso quer dizer que a maior parte do mundo vive negando a morte ou aterrorizado por ela. Até falar da morte é considerado mórbido, e muitos acham que fazer uma simples menção a ela pode atraí-la sobre si.
Outros olham a morte de modo ingénuo, com uma jovialidade irreflectida, achando que por alguma razão desconhecida vão se sair bem ao passar por ela, não havendo motivo para preocupação. Quando penso neles, lembro-me do que diz um mestre tibetano: “As pessoas frequentemente cometem o erro de ser frívolas em relação à morte e pensam: ‘Ora, a morte chega para todo mundo. Não é nada de mais, é apenas natural. Tudo irá bem para mim’. Essa é uma bela teoria, até que se esteja morrendo.”
Dessas duas atitudes diante da morte, uma a vê como algo de que se deve fugir correndo, outra como um fato que simplesmente irá cuidar de si próprio. Como ambas estão distantes da compreensão de seu verdadeiro significado!
Todas as grandes tradições espirituais do mundo, inclusive, é claro, o cristianismo, dizem explicitamente que a morte não é o fim. Todas falam em algum tipo de vida futura, o que infunde em nossa vida actual um sentido sagrado. Mas, não obstante esses ensinamentos, a sociedade moderna é em larga escala um deserto espiritual em que a maioria imagina que esta vida é tudo o que existe. Sem qualquer fé autêntica numa vida futura, a maioria das pessoas vive toda a sua existência destituída de um sentido supremo.
Cheguei à conclusão de que os efeitos desastrosos da negação da morte vão muito além da esfera individual: eles afectam o planeta inteiro. Crendo basicamente que esta vida é a única, as pessoas do mundo moderno não desenvolveram uma visão a longo prazo. Assim, nada as refreia de saquear o planeta em que vivem para atingir suas metas imediatas, e agem com um egoísmo que pode tornar-se fatal no futuro. De quantas novas advertências ainda precisamos (...)?
O medo da morte e a ignorância sobre a vida após a morte estão alimentando essa destruição do meio ambiente que está ameaçando tudo em nossas vidas. O mais perturbador nisso tudo não é o fato de que as pessoas não recebam instrução sobre o que é a morte, ou como morrer, ou que não tenham esperança alguma no que vem após a morte, no que está por trás da vida. Pode alguma coisa ser mais irónica do que a existência de jovens altamente educados em todos os campos do conhecimento, excepto naquele que detém a chave do sentido global da vida, e talvez até da nossa sobrevivência?
(...)
Às vezes, penso que os países mais poderosos e influentes do mundo desenvolvido são como o reino dos deuses descrito nos ensinamentos budistas. Diz-se que esses deuses vivem as suas vidas num luxo fabuloso, mergulhados em todos os prazeres imagináveis, sem um único pensamento sobre a dimensão espiritual da vida. Todos parecem muito felizes até que a morte se aproxima, e aí alguns sinais inesperados de desintegração aparecem. Então, as esposas e amantes desses deuses não mais se atrevem a se aproximar deles, atirando-lhes flores à distância, com preces ocasionais para que eles renasçam novamente como deuses. Nenhuma de suas lembranças de felicidade ou conforto pode agora protegê-los do sofrimento que eles enfrentam; isso só faz com que fiquem mais desesperados, de tal modo que esses deuses são deixados para morrerem sozinhos e miseravelmente.
O destino dos deuses me faz pensar na maneira como os velhos, os doentes e os que estão morrendo são tratados hoje. Nossa sociedade é obcecada por juventude, sexo e poder, e nós nos esquivamos da velhice e da decadência. Não é terrível que desprezemos as pessoas idosas quando sua vida de trabalho se encerrou, e elas já não mais pareçam úteis? Não é perturbador que nós as joguemos em asilos, onde morrem solitárias e abandonadas?
Não é tempo também de olharmos de um modo diferente a maneira como tratamos os que sofrem de doenças terminais, como o cancro ou o SIDA? Conheci um bom número de pessoas que morreram com SIDA, e sei como elas foram muitas vezes tratadas como párias, até por seus amigos, e como o estigma da doença as levou ao desespero e fez com que achassem a vida horrível, sentindo que aos olhos do mundo já estavam acabadas.
Mesmo quando alguém que conhecemos ou amamos está morrendo, muito frequentemente percebemos que não temos quase nenhuma ideia sobre como ajudar; e quando morre, não nos animamos a pensar no futuro do morto, como seguirá, ou como poderemos continuar a ajudá-lo. De facto, toda tentativa de pensar sobre essas coisas corre o risco de ser rejeitada como disparatada e ridícula.
O que tudo isso nos mostra, com uma clareza dolorosa, é que agora mais do que nunca estamos precisando de uma mudança fundamental em nossa atitude em relação à morte e aos que estão morrendo.”


UM LIVRO FUNDAMENTAL EM NOSSA CASA! 5 *

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

McDreamy




É GIRO QUE SE FARTA!!!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Tejo das Cartaxanas n. 11/09/1998

Faz hoje 11 anos o cão mais nobre que conheci até hoje - o meu Tejo. Bracco alemão de grande porte, linhagem francesa, excelente caçador - de paragens magníficas, caça em qualquer terreno e cobra as peças impecavelmente até em meio aquático. Agradeço-lhe a amizade, a paciência, e a estima que nos concede há 11 anos. Acompanhou-me muitas vezes quando as lágrimas e a tristeza eram inevitáveis, e foi um fiel guardião na minha gravidez. Palavras para quê?! O seu nome diz tudo...


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ontem num semáforo da capital encontrei-me paralela a uma máquina de potência igual à minha, quando, decorridos alguns segundos – parecendo uma eternidade para quem já se sente o coelho do mundo de Alice atrás do espelho – dou por mim a apreciar distraidamente o "par" ao meu lado. Percebi que se tratava de um homem com muito bom ar – coisa raríssima em Portugal nos dias que correm – de traços nipónicos, bonito, ao volante de um carro alemão azulão. Ele olhou para mim, sorriu, e suponho que terá pensado algo como: europeia, interessante, ao volante de carro japonês. Senti-me nos ambientes de Marguerite Yourcenar e pensei como os contrários têm tanto para partilhar - línguas, culturas, crenças, filosofias, artes, Oriente / Ocidente, Norte / Sul, etc. - rumo à verdadeira globalização…

E se ele era giro... o carro, what else?! Mas não troco pelo meu Mazda 6!!!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Mastro da Lezíria n. 08/09/2003

De seu nome Turbo, faz hoje 6 aninhos!!! Meu querido canito malhadiço! O Omega da casa, mas também o mais bebé... Assim que ouve os chocalhos do gado, é vê-lo correr pelos campos... é de grandes ventos, mas muito criançola a caçar.

Ainda me lembro quando te atiraste para uma vala movediça na Ponta da Erva e o Tejo teve que ir lá buscar-te - que grande susto me pregaste!

Já te cantei os parabéns, acompanhados de 2 croquetes e muitas fosquinhas na cabeça.

Vamos ver se agora te fazes um "homenzinho"!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Largar o Lastro


No final do dia, com os “crianços” aconchegados lá em cima, desci as escadas com um suspiro de “até que enfim a sós comigo mesma” e fui até ao jardim cumprimentar os meus canitos – quase nem os vejo – e dar-lhes uns miminhos em croquete. Imediatamente Ela olha para mim num halo de frescura que acalma a mente. Sentei-me junto ao ficus e ali fiquei um pedaço, pensando que a esta hora ainda tenho tanto que fazer, que o tempo nunca me chega para tudo - raio do Tempo, porque foste inventado? Subitamente retorno ao Pó das Estrelas, e com Ela, descanso um pouco num banho de Lua Cheia. Agora sim, pronta para reentrar no meu casulo ...

Fim-de-Semana à porta!!!

Em leitura: O Livro Tibetano da Vida e da Morte
Em audição: Rodrigo Leão - A Mãe
Em visionamento: A Jóia da Coroa (série completa)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Receita de mulher - Vinicius de Moraes

>> As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República [Popular Chinesa].
Não há meio-termo possível. É preciso Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que tudo seja belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Eluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como ao âmbar de uma tarde. Ah, deixai-e dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) e também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente. Gravíssimo é, porém, o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras É como um rio sem pontes. Indispensável
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de 5 velas. Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal! Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior A 37° centígrados podendo eventualmente provocar queimaduras
Do 1° grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro da paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros. Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que, se se fechar os olhos
Ao abri-los ela não mais estará presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ele não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável. >>

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ele chega amanhã!

Fresco, luminoso, doce, romântico, charmoso, a pedir encontros à beira-mar e danças ao luar...

Ele vem festivo.

E eu vou buscá-lo.

O meu preferido!

SETEMBRO

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Os Bastonários

Ontem à noite pude ver um pedaço de um programa da Judite de Sousa (Serviço Público) em que estavam em mesa redonda os bastonários das três principais ordens profissionais - Médicos, Engenheiros, e Advogados.

Do Dr. Pedro Nunes (médico) ficou-me a impressão de um servidor dos interesses de quem governa - politicamente correcto, portanto. Nem carne, nem peixe... Hoje em dia, encontram-se muitos carroceiros (incompetentes mesmo!) a exercer medicina no SNS, nos Centros de Saúde e nos Hospitais e muita falta de respeito humano pelo doente! Não está a Ordem legalmente incumbida de velar pela qualidade do Serviço Médico?

Do Dr. Marinho Pinto (advogado), a boçalidade e a afronta inconsequente a tudo e a todos. Os advogados não deveriam poder ser deputados? Esta agora! E os outros poderiam? A fiscalização da transparência política é que deveria funcionar, as investigações criminais é que deveriam ser consequentes, o Ministério Público deveria ser isso mesmo que o seu nome indica e fazer o seu trabalho. Os tribunais não "andam" e nós vivemos num Estado de Juízes e não de Direito como é suposto. O cancro está nas ligações político-partidárias e nas associações a grupos de interesses (económico-financeiros, sexuais, outros) e a sociedades semi-secretas...

Do meu caríssimo Engº Fernando Santo, a inteligência, a objectividade, o rigor na colocação dos factos de forma nua e crua, sem artifícios, sem retórica vazia, sem servilismo. Um exemplo para os dias de hoje, em que, entre outras coisas, os lugares de chefia e de direcção das empresas são entregues a boys do(s) aparelho(s), vazios de conhecimentos e de experiência técnica. Uma vergonha!

Sem dúvida que o meu bastonário, até pela elegância com que se apresenta, com que discursa, mete os outros todos num chinelo. Mas os portugueses gostam mesmo é de labregos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O DESCONCERTO DO MUNDO

Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos,
E, para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau,mas fui castigado.
Assim que,só para mim,
Anda o mundo concertado.

Luis de Camões

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Quem é este homenzinho medíocre e insuportável?

???

A estatística médica e farmacêutica dá como 80% da população activa portuguesa submetida a medicação anti-depressiva. Porque será? E as consequências quais serão? Muito conveniente, não?...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Chocolate...

Coisa que, por enquanto, não posso comer!...

Mas estou a ler a continuação desse grande livro - "Sapatos de Rebuçado" e estou a adorar!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Chuta...



Será que este ano o meu clube me vai dar uma alegria e eu vou finalmente fazer as pazes com o futebol?

Será que vamos ter grandes jogos independentemente de quem joga?

Será que vou voltar a entrar num estádio de futebol, passados quase 20 anos???

Cartilha do bom administrador público


  • Julgar-se dono do que administra

  • Planear o carro que deseja ter no próximo ano

  • Dividir para reinar - ser mestre na arte de criar conflitos - mas somente nos primeiros anos de mandato

  • Instaurar um clima de terror - mas somente nos primeiros anos de mandato
  • Burocratizar para complicar

  • Retirar valor técnico à empresa para que ele próprio não seja ofuscado

  • Vender apenas imagem vazia de conteúdos

  • Valer-se da sua posição para ter as mulheres debaixo dos seus... pés

  • Gritar, chamar nomes, fazer escândalos e ameaças - mas somente nos primeiros anos de mandato

  • Mandar vigiar e controlar toda a gente

  • Ser próximo de um partido político

  • Ser próximo de um lobbie

  • Abonar-se o mais possível

  • Preparar o terreno para quem vem a seguir para receber o seu noutro lugar

  • Se tiver ordens nesse sentido, esmagar a empresa

Fora isto, o administrador público não tem tempo para fazer mais nada.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Lx 96.6 - M80

A Rádio para quem cresceu com as músicas dos anos '70, '80 e '90. Memórias do Rock, Elvis, The Doors, INXS, Eurythmics, Wet Wet Wet, Spandau Ballet, Bryan Adams, Paul Young, Guns 'n Roses, e tantos outros que acompanharam a nossa juventude (mais jovem) e os nossos amores e desamores!...

Lovely!

http://m80.clix.pt/

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Humor, política e democracia - Para mais tarde recordar

>> Em Portugal, o Tal Canal, nos anos 80, foi sobretudo uma forte "charge" à TV da época, assim como a "novela" Moita Carrasco (Nicolau Breyner), que arrasava o pior da novela brasileira. Foram dois momentos ímpares na televisão portuguesa, não só porque foram uma pedrada no charco, mas também porque dissecavam mediocridades instaladas. O contexto e o modo como surgiram criaram imediatas orfandades. Doravante nada podia ser como dantes. No Tal Canal, um intransponível painel de "bonecos" (Tony Silva, Carlos Filinto Botelho, Filipa Vacondeus, Nelito, Estebes) marcava para sempre a audiência. Depois deles o génio de Herman dispersou-se nos programas seguintes: Serafim Saudade (Hermanias), Maximiana (Humor de Perdição) Diácono Remédios (Herman Enciclopédia)… Herman, como humorista, sempre atingiu o seu melhor com as suas múltiplas caricaturas, que através de um humor fino e ácido, eram (são) uma espécie de "jograis" deste feudalismo moderno em que fazemos por sobreviver. A verdade é que se o HermanSIC ainda trouxe essa marca, por exemplo com o "Canal Regional do Enterior Desquecido e Ostracizado", ou com o Nelo e a Idália, já o Hora H, na tentativa de inovar, acabou por não "implantar" nenhuma das suas figuras.Digamos que o "segredo" do melhor Herman é uma combinatória "popular" entre a crítica social e de costumes e um nonsense e uma mordacidade próprias multi-influenciadas. Este Herman faz, naturalmente, muita falta na televisão portuguesa. É na sua ausência ou por entre algumas das suas presenças que emergem os seus "herdeiros", com uma capacidade de emancipação rápida (Gato Fedorento) e com uma clara vantagem da "charge" política, que nos fazem pensar também nos textos do Contra Informação, agora “desviado” pela RTP para um horário inaceitável (o fim das manhãs dos sábados), quando antes passava, com toda a justeza, em prime time.Noutros casos, aparecem projectos mais conceptuais e portanto mais autonomizados (Contemporâneos). Ainda noutros casos (Jel/Vai Tudo Abaixo e Prego Ridículo/Pionés), temos incursões de perfil distinto, não filiados, de um humor anárquico e intervencionista, ou mesmo no plano do absurdo e do humor negro.Penso que a "geração Herman" naquilo que tem de mais específico, bem como a sua descendência mais directa (veja-se o actual Vip Manicure, de Denise e Maria Delfina) vão beber uma boa parte da sua criação ao velho humor radiofónico e revisteiro de tradição portuguesa. Uma outra parte virá de toda uma cultura televisiva, onde a citação mais frequente é Benny Hill e a comédia britânica. Mas não podemos esquecer a influência do humor televisivo brasileiro (nomeadamente Jô Soares, Agildo Ribeiro ou Chico Anysio) ou todo um "melting pot" cinematográfico, de Chaplin e Keaton a Louis de Funès e aos Monty Python. Temos hoje múltiplas respostas, do mais popular ao mais conceptual e julgo que este "alfobre" tem hoje boas "auto-suficiências" capazes de fazer escola e evoluir em cima do caminho já desbravado.O Vai Tudo Abaixo tem (tinha) o seu espaço próprio e é pena que não trabalhe no âmbito da TV generalista. Diria mesmo que devia ser presença habitual nos telejornais portugueses… Aquela entrada de megafone no estúdio do Jornal da 9 do Mário Crespo, tem quase todos os dias cabimento na nossa burocratizada informação televisiva. Trata-se de uma mescla que associa humor desbragado e algum "activismo" no espaço público – e disso, o cinzentismo desta sociedade portuguesa precisa como de pão para a boca. O Liga dos Últimos (como o Telerural) é um caso demencial – e se está no serviço público de televisão é porque em Portugal a indignação face ao obsceno e ao boçal é coisa rara, ainda os costumes demasiado brandos…Os Gato Fedorento são sobretudo são fortes na sátira e na crítica política. Matéria não falta para isso, e eles têm, de uma maneira geral, pegado bem no tema – de Valentim Loureiro a Santana Lopes, de Marcelo a Sócrates… O "Diz que é uma espécie de magazine" acabou por encontrar aí um dos seus mais fortes filões e daí, em boa parte, o sucesso desta série. Agora, com o Zé Carlos, há que continuar a morder aí. Como disse, a televisão portuguesa precisa de vozes desassombradas e frontais e às vezes parece que só ao humor está concedida a prerrogativa. Que seja. Quando não se pode rir a sério ao menos que se possa rir a brincar…Do que não há dúvida é de que hoje, este ciclo de humor, não surge por acaso. Tal como a revista à portuguesa surgiu num contexto de repressão política, dizendo e escrevendo nas entrelinhas, hoje, num clima de um evidente desconforto democrático, com a nossa débil experiência democrática e a praticamente inexistente cultura participativa dos cidadãos, com uma agenda mediática na maior parte dos casos refém das pequenas e grandes centrais de propaganda que o sistema instalou e com múltiplas situações de repressão da liberdade de exercício do direito cidadania e de opinião (num Opinião Pública da SIC Notícias uma professora que se está a reformar falava há dias em “bufos” e em “pides” nas escolas), o humor e o humor ácido tem terreno fértil para crescer.De resto, não há dúvida de que as Produções Fictícias são uma autêntica universidade do humor em Portugal. Não podem é cair numa espécie de entidade reguladora do riso, com uma gestão politicamente correcta da "bloco-centralização" da nação. Deles, todos esperamos que continuem a desfazer este novelo que ameaça a própria experiência democrática.Infelizmente, há que ter consciência de que, muitas das vezes, a "oposição política" em Portugal passa mais num sketch humorístico dos Gato Fedorento ou por uma charge do Contra Informação (não foi por acaso que tiraram o programa do prime time da RTP1) do que por uma prelecção político-televisiva do líder A, B ou C. Assim vai a política à portuguesa... >>

Rui Cadima (IrrealTV) - 13.08.2009